quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Desespero.


                                                                      Ouço uma comitiva de vozes do além a gritar.
- Desespero! Desespero! -
Na minha cabeça só um pensamento a tilintar.
- Desespero! Desespero! -
As vozes continuam a me atormentar.

Corro para a floresta.
Minhas pernas não acompanham minha pressa.
Árvores tão negras como carvão.
No chão forrado de folhas secas,
Deixo-me cair, ouvindo o retumbar do meu coração.

- Desespero! Desespero! -
Ouço uma vez na nevoa se dissipar
- Desespero! Desespero! -
Tampo meus ouvidos e ponho-me a chorar.
- Desespero! Desespero! -
Fantasmas ao meu redor a dançar.

Fecho os olhos.
Não tenho nada a pensar.
- Desespero! Desespero! -
Quando será que vou sair desse maldito lugar?
- Desespero! Desespero! -

Então, com uma sofreguidão, consigo acordar.
Toda suada, com as mãos tremulas,
Calmantes volto a tomar,
Pensando em se tratar de um terrível pesadelo.
Não quero mais tornar a ver aquele lugar.

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Bons Pesadelos

Bons Pesadelos
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