Ouço uma comitiva de vozes do além a gritar.
- Desespero! Desespero! -
Na minha cabeça só um pensamento a tilintar.
- Desespero! Desespero! -
As vozes continuam a me atormentar.
Corro para a floresta.
Minhas pernas não acompanham minha pressa.
Árvores tão negras como carvão.
No chão forrado de folhas secas,
Deixo-me cair, ouvindo o retumbar do meu coração.
- Desespero! Desespero! -
Ouço uma vez na nevoa se dissipar
- Desespero! Desespero! -
Tampo meus ouvidos e ponho-me a chorar.
- Desespero! Desespero! -
Fantasmas ao meu redor a dançar.
Fecho os olhos.
Não tenho nada a pensar.
- Desespero! Desespero! -
Quando será que vou sair desse maldito lugar?
- Desespero! Desespero! -
Então, com uma sofreguidão, consigo acordar.
Toda suada, com as mãos tremulas,
Calmantes volto a tomar,
Pensando em se tratar de um terrível pesadelo.
Não quero mais tornar a ver aquele lugar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário